Escrito por: Rita de Almeida Martins
Actualmente, não faz sentido associar as exigências de uma profissão aos traços de um qualquer género. Aqui defende-se a existência de competências individuais e profissionais que não estão intrinsecamente ligadas a qualquer identidade de género. A melhor intervenção no que diz respeito a este tema será então o foco nessas mesmas competências e a criação de um ambiente de igualdade de oportunidades. Não será esse o objectivo a apostar em sociedade? Afinal de contas é muito mais simples do que parece, embora nem por isso seja mais fácil falar sobre.
“Não obstante o relativo maior equilíbrio do mundo criativo, continua a ser notícia sempre que uma mulher assume uma posição de liderança. Em pleno século XXI ainda não é comum que as mulheres ocupem esse tipo de cargos? Porque é que tal situação é ainda vista com surpresa, tanto por homens como pelas próprias mulheres?”
Sabemos que o design e outras áreas criativas similares, já não pertencem somente aos homens como em tempos idos. Também as mulheres comportam a capacidade de fazer nascer de uma prancha de madeira uma cadeira ou outro qualquer objecto feito com criatividade e propósito. Claramente, a capacidade criadora não é exclusiva a um dado género!
A experiência comum tende a repartir certas aptidões, por exemplo, na execução, os homens serão mais metódicos enquanto que as mulheres se mostram mais práticas. Talvez seja essa perceção popular que explique o desequilíbrio de género encontrado em certas profissões. No caso do meio criativo, onde se insere o design, a representação de género aparenta ser mais equilibrada. Esse equilíbrio é em parte promovido pelas características do processo criativo, o qual floresce na presença de um ambiente diverso que contenha o maior número possível de pontos de vista, experiências, e possibilidades que possam ser apresentadas ao público.
Não obstante o relativo maior equilíbrio do mundo criativo, continua a ser notícia sempre que uma mulher assume uma posição de liderança. Em pleno século XXI ainda não é comum que as mulheres ocupem esse tipo de cargos? Porque é que tal situação é ainda vista com surpresa, tanto por homens como pelas próprias mulheres?
Esta surpresa sugere então, uma representação que ainda não é totalmente igualitária; uma situação que poderá ser combatida ao normalizar-se ainda mais esta ideia: já é normal encontrar mulheres em lugares de liderança, a mandar e a fazer!
“Aqui defende-se a existência de competências individuais e profissionais que não estão intrinsecamente ligadas a qualquer identidade de género. A melhor intervenção no que diz respeito a este tema será então o foco nessas mesmas competências e a criação de um ambiente de igualdade de oportunidades.”
Ainda que a nossa identidade de género possa influenciar a nossa visão, a mensagem artística deverá ser única e exclusivamente julgada pelo seu conteúdo e não pelo género de quem a comunica. O sucesso do individuo, deverá ser no final determinado pelas suas competências e quão bem ele se encaixa numa oficina ou outro ambiente de trabalho. A igualdade de oportunidades assume-se então como um pré-requisito fundamental de um ambiente que é intrinsecamente estimulado pela diversidade e que deve manter o foco na dinâmica e no talento de cada um. É necessário que o design reconheça a sua relação de mutualismo com a diversidade e que se mantenha um espaço democrático, de e para todos!
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